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PSICOFLIX - A Série da Mente I

Episódio 1 - A Paixão e o amor...



Você é apaixonado ou amaɁ


Paixão, palavra originária do latim passio, derivada de passus, particípio passado de pati, sofrer. Paixão envolve necessariamente aquele forte sentimento que nutrimos pelo outro, com a sensação de que não há ninguém mais no mundo a não ser o indivíduo desejado.


A paixão envolve o sofrer, à medida em que só nos vemos com o outro, estamos em fusão total com o outro, respiramos o outro e ele faz parte de nós. A paixão idealiza, cega, romantiza, personifica, dramatiza; mas também adoece, na medida em que nos dissolvemos no outro e o outro dissolve-se em nós. Paixão é desejar estar junto o tempo todo, querer viver a vida do outro, pensar pelo outro, e projetar ideias irreais no outro.


A paixão é egoísta, pois vemos o que queremos ver, nos identificamos com conteúdos do outro que estão dentro de nós mesmos, e amamos aquilo que se parece conosco no outro. A paixão aprisiona e quer o outro só pra si, a qualquer custo. Ela é tão poderosa, que muitos tomados pela paixão são levados a atos passionais, irracionais e descontrolados.


Quando ela se vai, tudo pode realmente acabar, mas há também a possibilidade de chegada do amor...


O amor, sentimento que se encontra no topo da pirâmide dos afetos que os seres humanos podem sentir uns pelos outros. O mais nobre de todos os afetos. Ele, podemos dizer, é bem diferente da dona paixão. O amor é mais realista, não forma fusões egóicas e sim alianças e intersecções entre dois indivíduos. A aliança é a parte em comum entre dois indivíduos, que apesar de manterem-se intactos em suas individualidades e egos, formam uma intersecção afetiva, nobre e concreta.


Esse tal amor nasce após as idealizações se descortinarem, e as “personas” construídas e dramatizadas, darem lugar ao Eu íntimo e límpido, e de quem realmente somos. Neste descortinar, nossos defeitos e vulnerabilidades são revelados ao outro. Nossas histórias, nossas dores, traumas e fragilidades tornam-se evidentes; e passamos de Deuses a meros indivíduos defeituosos. Mas aí se assenta o poderoso e nobre afeto, o amor; Ele baseia-se na aceitação do outro, com todo o pacote de realidade ingrata que trazemos em nossa bagagem. O amor não exige mudanças e condições, não projeta o que há de identificações em si, porém vislumbra o diferente e o abraça com disponibilidade para amar aquilo que o outro é.


Amar então, é de alguma forma um ato de compaixão, bondade e aceitação. Esse espaço em comum entre dois indivíduos cujas almas se tocam em vez de fundirem-se, é espaço sagrado. Ali, em solo sagrado, devemos tocar cuidadosamente a alma do outro, nutri-la com reciprocidade e respeito, olhando para a forma como o outro se construiu na possibilidade de sua história de vida, admirando-o e aceitando suas limitações, desejos, anseios e necessidades.


Este é o amor e este amar muitas vezes dói tanto, pois quem ama não vive ilusões e perspectivas irreais O amor exige entrega e disponibilidade que nenhum outro afeto requer. Talvez por isso, muitos digam por aí que ele dói tanto... porque ele exige muito de nós. Exige esforços nobres e notáveis. Amar não é para qualquer um...


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