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PSICOFLIX - A Série da Mente II

Episódio 2 - Qual o seu papel no amor?



Muitas vezes nos encontramos em relações que promovem grande sofrimento. Encontramo-nos em dor contínua, solidão e tristeza e não temos consciência do papel que estamos empenhando no relacionamento. Há questões que devem ser visitadas e sentimentos que precisam vir à tona, para que se possa determinar o tipo de relacionamento estabelecido entre dois indivíduos.


Há muitas possibilidades no jogo das relações afetivas. Este tabuleiro de peças diferentes que podem estar dispostas em espaços e formatos diversos, pode ser o pano de fundo para todo e qualquer cenário relacional. Muitas vezes os indivíduos envolvidos na relação estão em fases diferentes, podendo por exemplo, um estar apaixonado e o outro não; um estar apaixonado ainda e o outro já amar; um amar e o outro não...


Mas quando as fases não se igualam eventualmente, mesmo que em proporções diferentes, nossos corações correm perigo. Quando um dos parceiros não está disposto a tocar o solo sagrado do outro com respeito e aceitação, iniciará um processo velado de violência simbólica ou rejeição.


A recusa ao que é diferente ou à história e constituição do outro passa a promover comportamentos e crenças daquele que não ama, levando-o a exigir que o outro seja aquilo que ele necessita, deseja ou idealiza.


Desta forma, o ser não amado, é colocado como inadequado, incapaz, insuficiente, impotente e não desejado. O outro, exige mudanças, comportamentos, esforços e movimentos que agradam a si e demandam do outro, ser um novo alguém. Neste movimento está a violência simbólica; no ato de desejar moldar alguém dentro de suas crenças e desejos, necessidades e vaidades.


De pouco em pouco vai-se exigindo certa aparência, certo status, certo comportamento, entre exigências sem fim; que transmitem ao ser não amado que ele não é digno de amor, por apenas ser quem ele é. Corta-se com navalha afiada grande parte da autoestima e auto eficácia desse indivíduo, que para aparentar ser amado, deve moldar-se aos anseios de alguém, pois sua configuração original não é a correta.


O que faz o coração sangrar neste caso, é que este amor abusivo, que aponta os defeitos através de ofensas e pedidos constantes de mudanças físicas ou de status, é o fato que aquilo que somos, nossa personalidade, nosso jeito de falar, andar, vestir, fazer amor, trabalhar, comer, bem como nosso corpo, nossa história e sentimentos, fazem parte do que nos torna indivíduos e nos fazem seres únicos e peculiares no mundo.


Desta não aceitação, nascem as relações abusivas, destrutivas e tóxicas. Somos confundidos e nosso amor próprio morre aos poucos... pois precisamos odiar quem somos, para nos transformarmos e amarmos aquilo que o Outro precisa que sejamos. Dia após dia tornamo-nos escravos de um ciclo que se fecha no sentimento de inferiorização de nós mesmos e idolatria pelo ser superior que nos diz o que deveríamos ser ou fazer para sermos amados.


Pessoas tóxicas e destrutivas não praticam compaixão e aceitação. Elas se pautam na rejeição e egoísmo, naquilo que o egocentrismo determina, deixando seus parceiros com sentimentos de vazio, solidão, invalidez, desamor, desamparo e desvalor.


Contudo, muitos dos “não aceitos” e “não amados”, não se percebem neste palco da vida, atuando em papeis de escravidão relacional, abuso emocional e destruição mental, passando a culparem-se, tendo apenas a tristeza como amiga fiel.


Portanto, questione-se sobre seu papel na relação em que está vivendo; questione-se sobre os sentimentos que afloram em detrimento de sua relação com o outro; questione-se sobre aquilo que você entrega e o que recebe. Não permaneça em lugares de rejeição e inadequação. Não fique em lugares que destroem e intoxicam.


O amor não causa dores, o que causa a dor é o egoísmo, a ignorância, a falta de empatia, o orgulho e a rejeição. Um bom relacionamento nos faz crescer e cresce junto. O amor busca o sonho do outro como o seu próprio e importa-se com a felicidade e bem-estar do outro; não pelo que ele deseja que sejamos, mas simplesmente por existirmos e sermos quem somos. O olhar, o tempo, a dedicação, a entrega e a disponibilidade de abraçar o outro por inteiro são fatores que fazem com que sejamos únicos um para o outro. Aquilo que se vive dentro deste espaço de tempo faz com que o amor transborde dentro de nós, tornando-nos seres fortes e invencíveis por nos sentirmos especiais e amados.

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